terça-feira, 7 de julho de 2015

Processo de mudança, como ?

Na última publicação iniciamos o tema sobre processo de mudança, destaco que o conteúdo aqui disponibilizado é fruto de trabalho que tive oportunidade de abordar em minha formação acadêmica, divido os créditos com grande amigo desta época, Julinho Tambosi.

Porque nós tendemos a nos conformar, a nos prender ao passado quando deveríamos justamente lutar para quebrar paradigmas, para fazer um futuro melhor? O que faz com que o ser humano passe a maior parte do seu tempo, lamentando e gastando energias com aquilo que já aconteceu (passado), sofrendo de ansiedade com que não aconteceu (futuro), ao invés de trabalhar com aquilo que lhe pertence, com o tempo em que pode fazer a diferença (presente)? Como as organizações podem preparar um ambiente de mudança?


Para auxiliar no entendimento do processo de mudança vamos nos reportar a um fato histórico ocorrido em território Americano observando a movimentação de pioneiros do Leste para o Oeste – “The Oregon Trail” (Nancy J. Barger e Linda Kirby), traduzido para o Português, “O caminho para Oregon”, onde percebemos que recursos pessoais utilizados naquela época, tais como criatividade, adaptabilidade e trabalho colaborativo, são fatores críticos de sucesso em qualquer travessia/ processo de mudança.

Conta a história, que agricultores Americanos estavam passando necessidades, pois as terras onde viviam eram inférteis, difíceis de serem trabalhadas, fazendo com que a qualidade de vida estivesse aquém do desejável. Diante desta situação as autoridades da época ofereceram a estes pioneiros a oportunidade de vida melhor, só que para isto todos deveriam deixar a vida que tinham no Leste e partir para o Oeste onde terras férteis os esperavam, gratuitamente.

Num primeiro momento todos ficaram entusiasmados, mas logo vieram, a relutância, a resistência, a desconfiança principalmente daqueles que estavam conformados com a vida que levavam e tinham como paradigma que não haveria outra alternativa a não ser continuar ali até a morte.  Mas vieram pressões dos pais, filhos, esposas, maridos, colegas, vizinhos para que se buscasse uma nova vida, que apesar do caminho desconhecido, do pouco conhecimento que tinham a respeito da nova terra, existia a oportunidade de uma nova vida.

Quase nada se sabia referente ao caminho a ser percorrido, o pouco de informações eram relatos, de belos vales que os esperavam na Califórnia e Oregon ao fim da jornada  e  estórias  de alguns que fizeram esta travessia, no entanto muito desanimadoras pois estes diziam que o caminho era longo, índios estariam a espera, montanhas , desfiladeiros, riachos deveriam ser atravessados, dificuldades seriam encontradas, não se sabia a quantidade de  mantimentos que deveriam ser levados, se as carroças  os animais aguentariam, etc.

Relutantes,  iniciaram a jornada em busca do novo. Os comboios eram conduzidos por guias que tinham alguma experiência, mas a jornada acontecia em território desconhecido, com poucos pontos de referência.  A grande maioria tinha esperança de reconstruir um novo ambiente familiar na nova terra, por isso levaram consigo tudo que puderam carregar nas carroças, deixando-as abarrotadas, como se estivessem levando consigo o passado

Logo os sonhos e esperança deram lugar a realidade, pois vieram a escuridão, as tempestades, doenças, ataques, os animais começam a cansar, a carroça com tudo o que fora carregado torna-se pesada, falta de higiene, água potável não existia, enfim os obstáculos tornam-se cada vez mais reais e para muitos, intransponíveis. Neste momento alguns começam a questionar-se: será que existe esta nova terra, por que devo continuar se onde eu estava não havia necessidade de passar por tudo isto?

Muito cedo tornou-se claro que as carroças eram muito pesadas, portanto nem tudo poderia ser levado para a nova terra, isto forçou aos pioneiros questionamentos como: “Isto é essencial na nova vida?” “O que é mais importante, o que realmente é útil para ser carregado”? Assim os viajantes iam descartando objetos de valor afetivo que ficavam no meio do caminho.

Neste período novas lideranças surgiam entre o grupo, ou seja, "líderes" que deram certo na antiga terra, que tinham posses , que sempre tinham soluções para antigos problemas, aqui não mais obtinham sucesso, abrindo espaço para os criativos, para os corajosos, pois em terras desconhecidas decisões deveriam ser tomadas, alternativas deveriam ser apresentadas para novos problemas que surgiam a cada momento, pois tudo era novo, desconhecido, assim na medida em que venciam os desafios, desenvolviam confiança nos liderados  e em si próprios. 


Continua na próxima postagem....

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