Na
última publicação iniciamos o tema sobre processo de mudança, destaco que o conteúdo
aqui disponibilizado é fruto de trabalho que tive oportunidade de abordar em
minha formação acadêmica, divido os créditos com grande amigo desta época, Julinho Tambosi.
Porque
nós tendemos a nos conformar, a nos prender ao passado quando deveríamos
justamente lutar para quebrar paradigmas, para fazer um futuro melhor? O que
faz com que o ser humano passe a maior parte do seu tempo, lamentando e gastando
energias com aquilo que já aconteceu (passado), sofrendo de ansiedade com que
não aconteceu (futuro), ao invés de trabalhar com aquilo que lhe pertence, com
o tempo em que pode fazer a diferença (presente)? Como as organizações podem preparar
um ambiente de mudança?
Para
auxiliar no entendimento do processo de mudança vamos nos reportar a um fato
histórico ocorrido em
território Americano observando a movimentação de pioneiros
do Leste para o Oeste – “The Oregon Trail” (Nancy J. Barger e Linda Kirby), traduzido
para o Português, “O caminho para Oregon”, onde percebemos que recursos
pessoais utilizados naquela época, tais como criatividade, adaptabilidade e
trabalho colaborativo, são fatores críticos de sucesso em qualquer travessia/
processo de mudança.
Conta
a história, que agricultores Americanos estavam passando necessidades, pois as
terras onde viviam eram inférteis, difíceis de serem trabalhadas, fazendo com que a
qualidade de vida estivesse aquém do desejável. Diante desta situação as
autoridades da época ofereceram a estes pioneiros a oportunidade de vida
melhor, só que para isto todos deveriam deixar a vida que tinham no Leste e
partir para o Oeste onde terras férteis os esperavam, gratuitamente.
Num
primeiro momento todos ficaram entusiasmados, mas logo vieram, a relutância, a
resistência, a desconfiança principalmente daqueles que estavam conformados com
a vida que levavam e tinham como paradigma que não haveria outra alternativa a
não ser continuar ali até a morte. Mas
vieram pressões dos pais, filhos, esposas, maridos, colegas, vizinhos para que se buscasse uma
nova vida, que apesar do caminho desconhecido, do pouco conhecimento que tinham
a respeito da nova terra, existia a oportunidade de uma nova vida.
Quase nada se sabia referente ao caminho a ser percorrido, o pouco de informações eram relatos, de belos vales que os esperavam na Califórnia e Oregon ao fim da
jornada e estórias de alguns que fizeram esta travessia, no
entanto muito desanimadoras pois estes diziam que o caminho era longo, índios
estariam a espera, montanhas , desfiladeiros, riachos deveriam ser atravessados,
dificuldades seriam encontradas, não se sabia a quantidade de mantimentos que deveriam ser levados, se as carroças os animais aguentariam, etc.
Relutantes, iniciaram a jornada em busca do novo. Os comboios eram conduzidos
por guias que tinham alguma experiência, mas a jornada acontecia em
território desconhecido, com poucos pontos de referência. A grande maioria tinha esperança de
reconstruir um novo ambiente familiar na nova terra, por isso levaram consigo
tudo que puderam carregar nas carroças, deixando-as abarrotadas, como se
estivessem levando consigo o passado.
Logo os sonhos e esperança deram lugar a
realidade, pois vieram a escuridão, as tempestades, doenças, ataques, os
animais começam a cansar, a carroça com tudo o que fora carregado torna-se
pesada, falta de higiene, água potável não existia, enfim os obstáculos
tornam-se cada vez mais reais e para muitos, intransponíveis. Neste momento alguns
começam a questionar-se: será que existe esta nova terra, por que devo
continuar se onde eu estava não havia necessidade de passar por tudo isto?
Muito
cedo tornou-se claro que as carroças eram muito pesadas, portanto nem tudo
poderia ser levado para a nova terra, isto forçou aos pioneiros questionamentos
como: “Isto é essencial na nova vida?” “O que é mais importante, o que
realmente é útil para ser carregado”? Assim os viajantes iam descartando objetos
de valor afetivo que ficavam no meio do caminho.
Neste
período novas lideranças surgiam entre o grupo, ou seja, "líderes" que deram
certo na antiga terra, que tinham posses , que sempre tinham soluções para
antigos problemas, aqui não mais obtinham sucesso, abrindo espaço para os criativos,
para os corajosos, pois em terras desconhecidas decisões deveriam ser tomadas,
alternativas deveriam ser apresentadas para novos problemas que surgiam a cada
momento, pois tudo era novo, desconhecido, assim na medida em que venciam os
desafios, desenvolviam confiança nos liderados e em si próprios.
Continua na próxima postagem....
Nenhum comentário:
Postar um comentário