Com a globalização, não
há mais fronteiras entre as nações, ou seja, diariamente somos expostos a
oscilações que afetam desempenho econômico x financeiro do país onde vivemos,
consequentemente da empresa e segmento de mercado onde atuamos. Esta nova ordem
mundial impõe as organizações a necessidade de adaptabilidade, ou seja, mudanças
cada vez mais rápidas e abruptas.
Desde o surgimento do
universo, podemos considerar como verdade absoluta que perdura através dos séculos é a necessidade
de mudar. O ser humano desde o paleolítico até o “homo sapiens” tal qual
nos conhecemos tem vivido
bruscas mudanças, permitindo assim sua evolução na história. A pergunta que
fica é; se a necessidade de mudança sempre existiu, por que o homem de hoje
resiste tanto ao novo?
Uma entre várias
respostas, é que até não muito tempo atrás, as mudanças demoravam a acontecer,
proporcionando assim tempo hábil para adequação aos novos tempos, mesmo assim,
muitos morreram sem conseguir adaptar-se ou simplesmente por resistir ao novo.
Atualmente, as mudanças
acontecem a uma velocidade tal, que quando estamos nos acostumando a um
sistema, logo vem algo que nos derruba, temos que nos levantar e nos adaptar a
um novo método, novo procedimento, nova ordem, enfim temos que estar em
constante mutação. Isto tem dificultado em muito o processo de aceitação, “mude
todo dia um pouco, para continuar o mesmo”.
O homem é o único animal
racional conhecido até então, conferindo a este a capacidade de análise e
tomada de decisão, assim, a partir do momento que comparamos onde estamos, o
atual x novo, o desconhecido, o imaginário, fatalmente nos faz
decidir pelo que conhecemos, pelo atual. Somos hoje o que decidimos e aprendemos ontem.
Para auxiliar na
compreensão, desde a infância somos condicionados,
tanto pela família como pela sociedade a
aceitar e nos conformar com aquilo que conhecemos, sentimos, que podemos de certa
forma dominar. Quando crianças, na fase onde tudo é gravado em nossa mente,
onde forma-se o aprendizado, são comuns frases do tipo: “não pinte as folhas
da árvore de roxo, pois elas são verdes”, “não coma melancia com leite pois faz
mal”, não faça isto, não faça aquilo, ou seja, toda vez que houve pré-disposição
para experimentar ou fazer algo diferente fomos “podados”, nos forçando
acreditar que o que não conhecemos, que o que não dominamos, não pode ser
feito, está fora do padrão, é perigoso,
nos faz mal.
Conforme Lopes, Cintia (Fale para que eu te veja - 2004 – pág. 22): Os medos que você adquiriu
sempre se traduzem em mensagens verbais, que você repete para si mesmo o tempo
todo. O medo do fracasso é caracterizado por expressões da própria
personalidade, como “É inútil”, ou “ Não posso”. Isso é causado pelo fato de se
ter ouvido vezes sem fim , quando criança, expressões como, “Não”, “Não faça
isso”, “Fique longe daquilo” ou “Não mexa aí”.
Perceba, que na infância somos
programados a resistir, somos convencidos a não enfrentar o novo, não
fazer algo diferente, ou seja, ao pintar folhas de vermelhas, ao invés verdes,
você será repreendido. Neste momento são criados paradigmas, que no decorrer da
vida resistimos a rompe-los, isto quando são rompidos.
Ao levarmos isto para
dentro das organizações, é possível entender o motivo de muitas terem problemas
nos processos de mudança, sim, pois estas devem ser efetuadas pelos
funcionários que lá estão, no entanto, estas mesmas pessoas são as que
cresceram temendo o novo, convictas que a “folha da árvore só pode ser verde”,
etc.
Cabe aos líderes gerir processos de mudança, no entanto se não possuírem este entendimento, tomarão
como como premissa um único paradigma, ou seja, de que as pessoas são teimosas,
que não adianta falar, que simplesmente não mudam por que não querem, ou seja,
tem a leitura somente do momento e comportamento atual, e, ao
invés de trabalhar num ambiente que propicie a mudança, faz-se justamente o
contrário, transformando a organização num “campo de batalha” onde já se sabe
quem será a grande o grande perdedor.
Pense nisto, sucesso!
Nenhum comentário:
Postar um comentário