Ao assistir ao programa Fantástico neste
último domingo ( 26/07) deparei com situação inusitada, porém que retrata o
país, a sociedade em que vivemos. Falo da Marcha
do Orgulho Crespo realizada pela 1ª vez em São Paulo, movimento que teve
objetivo de mostrar que não é preciso se encaixar em um padrão. Marcha também
fez alusão contra a discriminação, o racismo e o preconceito
Não tenho pretensão de julgar se está correto ou incorreto
a realização da marcha, assim como o tema tratado, pois vivemos em um país
livre, democrático onde estão previstos na constituição a liberdade de
expressão. O que me proponho trazer a discussão é, ou melhor, são as formas
segmentadas como tratamos, ou como como são tratados os temas em nosso País.
Alguns exemplos; Marcha dos sem terra, marcha dos sem teto, marcha pela
consciência negra, marcha pela causa indígena, marcha pelo orgulho gay, marcha
pelo orgulho hétero, etc., todos reivindicando direitos, apoio, acesso,
respeito, ....
Preâmbulo de nossa carta magna de 1988 “institui um Estado Democrático, destinado a
assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a
segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores
supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na
harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução
pacífica das controvérsias”, o “Art. 5º Todos são iguais
perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito
à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade”.
Quando falo em segmentação é exatamente no sentido da
palavra que refiro-me, pois dada a circunstância que o que se reivindica de
forma segmentada está previsto em nossa lei maior, e deveria ser direito de
todos, não tem razão a forma como cada segmento busca seu quinhão. Temos como
opinião que não deveríamos ter grupos lutando por direitos como respeito, inclusão,
pois além de estar explícito em nossa lei maior, é o mínimo que como seres
humanos deveríamos praticar. Além da constituição que rege toda uma
sociedade, precisamos nos atentar que primeiramente somos seres humanos, que
independente de religião, sexo, cor, raça, classe social temos obrigação
respeitar o próximo, de entender que meu direito vai até onde começa o direito
do outro, que todos somos filhos da mesma terra, que aqui nascemos e aqui
viveremos até novamente virar pó e nada levar do que viermos construir e
conquistar.
Observar que mencionamos a lei de fato, a que está escrita,
aprovada e promulgada, no entanto, em nosso entendimento o que nos falta é
sensibilidade, razoabilidade e compreensão que meu semelhante tem os mesmos
direitos que eu, que o fato de pertencer a um grupo étnico diferente do meu, de
optar por uma orientação sexual diferente da minha, de pertencer a outra
religião, credo, não o faz nem melhor, nem pior do que eu, simplesmente foi, é
e será igual a mim, ou seja um ser humano.
Que paremos de reivindicar de forma segmentada e passemos a
olhar nosso semelhante com a nós mesmos, com certeza será um grande passo na
busca de uma sociedade mais justa, mais tolerante, a partir de então poderemos
cobrar de nossas autoridades a aplicação de forma ampla o preâmbulo de nossa
constituição.
Pense nisto, viva o Brasil !
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