segunda-feira, 27 de julho de 2015

Criança não tem preconceito,isto é doença de adulto

Ao assistir ao programa Fantástico neste último domingo ( 26/07) deparei com situação inusitada, porém que retrata o país, a sociedade em que vivemos. Falo da Marcha do Orgulho Crespo  realizada pela 1ª vez em São Paulo, movimento que teve objetivo de mostrar que não é preciso se encaixar em um padrão. Marcha também fez alusão contra a discriminação, o racismo e o preconceito

Não tenho pretensão de julgar se está correto ou incorreto a realização da marcha, assim como o tema tratado, pois vivemos em um país livre, democrático onde estão previstos na constituição a liberdade de expressão. O que me proponho trazer a discussão é, ou melhor, são as formas segmentadas como tratamos, ou como como são tratados os temas em nosso País. Alguns exemplos; Marcha dos sem terra, marcha dos sem teto, marcha pela consciência negra, marcha pela causa indígena, marcha pelo orgulho gay, marcha pelo orgulho hétero, etc., todos reivindicando direitos, apoio, acesso, respeito, ....
  
Preâmbulo  de nossa carta magna  de 1988 “institui um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias”, o “Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade”.

Quando falo em segmentação é exatamente no sentido da palavra que refiro-me, pois dada a circunstância que o que se reivindica de forma segmentada está previsto em nossa lei maior, e deveria ser direito de todos, não tem razão a forma como cada segmento busca seu quinhão. Temos como opinião que não deveríamos ter grupos lutando por direitos como respeito, inclusão, pois além de estar explícito em nossa lei maior, é o mínimo que como seres humanos deveríamos praticar.  Além da constituição que rege toda uma sociedade, precisamos nos atentar que primeiramente somos seres humanos, que independente de religião, sexo, cor, raça, classe social temos obrigação respeitar o próximo, de entender que meu direito vai até onde começa o direito do outro, que todos somos filhos da mesma terra, que aqui nascemos e aqui viveremos até novamente virar pó e nada levar do que viermos construir e conquistar.

Observar que mencionamos a lei de fato, a que está escrita, aprovada e promulgada, no entanto, em nosso entendimento o que nos falta é sensibilidade, razoabilidade e compreensão que meu semelhante tem os mesmos direitos que eu, que o fato de pertencer a um grupo étnico diferente do meu, de optar por uma orientação sexual diferente da minha, de pertencer a outra religião, credo, não o faz nem melhor, nem pior do que eu, simplesmente foi, é e será igual a mim, ou seja um ser humano.

Que paremos de reivindicar de forma segmentada e passemos a olhar nosso semelhante com a nós mesmos, com certeza será um grande passo na busca de uma sociedade mais justa, mais tolerante, a partir de então poderemos cobrar de nossas autoridades a aplicação de forma ampla o preâmbulo de nossa constituição.



Pense nisto, viva o Brasil !
  

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